Compositor: Jorge Drexler
Entrar neste verso como o vento
Que move sem propósito a areia,
Como quem baila se movendo apenas
Pelo mero prazer do movimento.
Sem pretensões, sem predicamento,
Como um eco que sem querer recenda,
Deixar que cada sílaba na onzena
Encontre seu lugar e seu momento.
Que o soneto nos tome de surpresa,
Como se fosse um fato consumado,
Como nos tomam os quebra-cabeças,
Que, sem sabê-lo, nascem já montados.
Assim o amor, como um verso, começa
Sem entender desde onde é chegado.
Que o soneto nos tome de surpresa,
Como se fosse um fato consumado,
Como nos tomam os quebra-cabeças,
Que, sem sabê-lo, nascem já montados.
Assim o amor, como um verso, começa
Sem entender desde onde é chegado.